terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fotos



Olha o passarinho!

Esse cara aí, mora em Cajuru SP e o nosso encontro para este clique foi na manhã de uma segunda feira de Carnaval no dia 19/02/07

Poesia

GENESING

Aparentava imundo
o ato que me daria o mundo
Lambuzeira turbulenta e alcançar profundo
massa tremula, pulsante... plena de gênesis fecundo!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Biologia


A Rota de uma Gigante


Pesquisa desvenda o caminho das Baleias Jubarte e revela um pouco mais sobre os hábitos deste mágico animal de 40 toneladas.


O mar esconde um dia-a-dia com acontecimentos ainda muito misteriosos para a humanidade. Pouco a pouco, o esforço da Ciência e o espírito aventureiro do Homem desvendam novos segredos dos oceanos e seus fantásticos seres. A história de uma grande aventura humano-científica com o maior animal de nossa Costa é matéria especial desta edição do Convés.

Também conhecida como Baleia Corcunda, a Jubarte (Megaptera Novaeangliae), traz no nome uma de suas principais características. Duas nadadeiras peitorais com cerca de 5 metros cada, que se assemelham às asas de uma ave. Daí o nome “Megaptera”, do grego antigo: “Grandes Asas”. Protagonista de um dos maiores espetáculos do mar, esta grande musa do oceano, de 16 metros de comprimento, eleva seu corpo de 40 toneladas quase completamente fora da água e por alguns segundos parece alçar vôo. Em sua temporada brasileira, entre agosto e novembro, procura as águas quentes da costa sul da Bahia para se reproduzir e dar um show a parte: Em uma acrobacia que só se repete nas nossas águas, chamada “Exposição Caudal”, exibe sua cauda fora da água por até 4 dias seguidos. Hábitos misteriosos como este, são difíceis de decifrar: “Não existe metodologia tecnológica suficiente para responder todas as perguntas, mas algumas coisas sobre este fantástico animal, já podemos saber com certeza”, afirma Artur Andriolo, coordenador do projeto “Monitoramento Baleias por Satélite” que há 7 anos realizam pesquisas no litoral de Nova Viçosa (BA).

A rota que as baleias Jubarte percorrem durante o ano, subindo no Inverno para o Brasil em tempos de reprodução e retornando ao Pólo Sul no Verão para alimentação do grupo com os novos filhotes; já é conhecida desde 2001, quando o projeto de monitoramento foi iniciado. O grupo de pesquisa tem apenas uma chance em um raro encontro com uma ou mais baleias jubartes tão próximas à superfície. Não pode errar. Amarrado á ponta de um bote, um biólogo carrega uma haste longa com a qual vai aplicar um transmissor a cerca de quatro metros de distância das gigantes criaturas. A aproximação é lenta e tudo acontece bem devagar. Uma estocada certeira e aquela Jubarte será monitorada via satélite pelos próximos seis meses, até que o transmissor seja expelido naturalmente pela sua pele. Uma operação arriscada, mas fundamental para a preservação de uma espécie que sofreu 110 mil abates nos últimos 100 anos.

Os dados gerados subsidiam empresas de exploração marítima, como as petrolíferas, para diminuir o impacto para estes animais com suas atividades. O projeto também analisa o comportamento das jubartes durante o nado e as acrobacias; faz o registro fotográfico dos indivíduos e ainda os trabalhos de audiometria que estuda o canto das baleias, assunto ainda cercado de lendas. Outros mitos também já foram desvendados pela pesquisa. Acreditava-se que a Jubarte costeava a América do sul para se alimentar abaixo da Patagônia, mas hoje se sabe com exatidão que ela costeia o Brasil da Bahia até o Arraial do Cabo (RJ), de onde faz a curva e desce para o sul em uma vertical, mar adentro, até alcançar a ilha Geórgia do Sul, no meio do Pacífico Sul, a quatro mil km de distância.

O projeto “Monitoramento Baleias por Satélite” é uma realização do Instituto Aqualie com a Universidade Federal de Rio Grande (RS). O patrocínio é da Shell. A Rota de três baleias demarcadas está disponível no website do projeto, junto com outras informações. O endereço é: http://projetobaleias.com.br/


Publicado no Jornal Convés/outubro 2008